Um levantamento inédito revelou um dado preocupante: 70% dos estados brasileiros ainda não possuem um plano de adaptação às mudanças climáticas. O primeiro Anuário Estadual de Mudanças Climáticas do Brasil, lançado recentemente pelo Instituto Clima e Sociedade e pelo Centro Brasil no Clima, aponta que 48% das unidades federativas sequer preveem a criação de estratégias fundamentais para enfrentar os eventos extremos que se intensificam a cada ano.
A publicação analisou como os 27 estados brasileiros estão se preparando para mitigar os impactos ambientais e reforçou a urgência de ações mais concretas. Atualmente, apenas 17 estados possuem planos de contingência para a Defesa Civil, enquanto oito ainda não estabeleceram estratégias claras para lidar com desastres naturais, incluindo: Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
Outro dado preocupante é a ausência de inventários estaduais de emissões de gases de efeito estufa em quase 60% das regiões. Estados como Amapá, Amazonas, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Sergipe não têm previsão para a criação desses documentos essenciais. Além disso, políticas de mitigação de emissões só estão em vigor em 51% das unidades federativas, enquanto estados como Bahia, Ceará, Paraíba e Rio de Janeiro ainda não apresentam estratégias estabelecidas.
O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, reforçou que a Conferência do Clima, a ser realizada em Belém, será um marco para o Brasil. Segundo ele, o país tem um grande potencial para liderar a transição energética global, com um custo de adaptação relativamente menor do que em outras nações. No entanto, para que essa oportunidade seja plenamente aproveitada, estados e municípios precisam assumir um papel ativo na implementação de políticas climáticas eficazes.
A adaptação às mudanças climáticas não é apenas uma necessidade ambiental, mas também uma questão econômica e social. O Brasil tem a chance de transformar desafios em oportunidades, consolidando-se como referência em sustentabilidade. O caminho, porém, exige comprometimento e ações urgentes para garantir um futuro mais seguro e resiliente para todos.
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Escrito por: Ana Flávia Monteiro
